Lenda de Colombo
Cristóvão Colombo viveu na ilha do Porto Santo durante alguns anos, onde planeou a sua viagem que o levou à Descoberta da América. Desde há muito tempo cresceu a convicção de que nas noites luarentas, Cristóvão Colombo, vem até à praia do Porto Santo passear a sua saudade.
Diz-se que pode ser encontrado vagueando sobre as areias douradas, parando de vez em quando e sombreando com a mão o olhar em direção ao horizonte.
Diz-se ainda que ao nascer do sol esta figura dissipa-se no ar e só volta a poder ser vista noutra noite de luar.
Lenda dos Profetas
Habitava na ilha, no século XVI, num lugar ermo da parte nortenha, um pastor eremita e selvagem que por ter poucas relações com os restantes habitantes era conhecido por bravio ou bravo. Valendo-se do mistério que circundava a sua vida, fez-se passar por um profeta inspirado pelo Espírito Santo, que lhe guiava os passos e ditava as palavras.
Uma noite desceu ao povoado, trazendo uma campainha e alvoroçou o povo que correu de todos os lados para ver o que se passava. O Espírito Santo ocupava a alma do profeta “Fernão Nunes” mandando-o desvendar publicamente os defeitos e as culpas secretas de toda a gente. O Povo foi-se deixando levar pelo pastor, acontecendo tamanhas barbaridades.
Até que um dia três habitantes da Ilha que não acreditavam nas palavras do tal profeta, foram para Machico pedir ajuda às autoridades. O pastor foi preso juntamente com a sua sobrinha Filipa, que também estava envolvida, sendo mandados para o tribunal de El-Rei. Foram condenados a estarem à porta da Sé de Évora durante a missa de terça, com círios acesos na mão e grande letreiros onde estava escrito: “Profetas do Porto Santo”.
O povo do Porto Santo é alcunhado de “Profeta”, ainda nos dias de hoje, devido a esta situação caricata.
Lenda do apóstolo São Pedro
São Pedro começou a ser mais venerado no Porto Santo pelos seus habitantes, especialmente pelos homens do mar, a partir do século XVI. A sua imagem, a primeira a surgir na Ilha e que ainda hoje permanece no culto dos fiéis, está envolvida numa lenda.
A lenda que envolveu a imagem, que se encontra na capela, ainda hoje é contada pelas pessoas mais velhas, passando de geração em geração.
Reza a lenda que, há muito tempo atrás, um pastor que andava a pastorear o seu gado nas proximidades do Ribeiro da Quebrada, por cima da Capela de S. Pedro. Este foi beber água a uma nascente que havia ali e encontrou a imagem de São Pedro. Foi imediatamente dar a notícia às autoridades e a imagem foi levada em procissão para a Igreja Matriz.
No entanto, a imagem como que por milagre, veio a aparecer no mesmo Ribeiro. Foi tomada a decisão de fazer a Capela no local mais abaixo da aparição, onde se encontra ainda nos dias de hoje, ficando aqui esta imagem. A Capela não foi construída no lugar exato da aparição, devido às chuvas e à erosão que ali aconteciam. A tradição diz ainda que, algumas vezes, a imagem aparecia de costas para a porta, e noutras ocasiões, de costas para o altar.
Lenda da Eliza ou Lenda do Colar
É dito que uma menina de 10 anos dada pelo nome de Eliza, perdeu a sua família um ano depois do fim da Segunda Guerra Mundial, no Pico Castelo no Porto Santo.
Existem relatos de que esta criança estava amaldiçoada por um colar amaldiçoado que tinha em sua posse, e que lhe fora dado pela sua própria mãe. Há algumas pessoas que dizem que a menina, cansada de estar só, suicidou-se numa ribeira em frente de um antigo quartel que hoje em dia é uma moradia. Também há outras pessoas que dizem que a menina morreu enforcada pelo colar. O que sabemos é apenas que ninguém encontrou o seu corpo.
Reza a lenda que se alguém disser três vezes o seu nome, à noite, em frente da Ribeira ela voltará a aparecer para amaldiçoar as gentes daquela moradia e arredores.